Christopher Clarke, presidente da Boyden Global Executive Search
«A Internet não substitui a avaliação»
Ruben Eiras com Christopher Clarke
O perfil do líder talentoso | O site da Boyden A expansão do recrutamento electrónico e a dependência da Internet estão
a diminuir o nível de qualidade de serviço das empresas de executive search. Quem o afirma é Christopher Clarke, presidente da Boyden Global Executive Search, que falou com Ruben Eiras sobre as actuais tendências da caça
de talentos via Web.
Ideias-chave da entrevista O valor do executive search está na avaliação pessoal do candidato e no contacto com o entrevistador «cara-a-cara» Gestores de topo não respondem a anúncios. Gostam de ser «cortejados» A Web apenas acelera a triagem e o processamento da informação no mecanismo de recrutamento e selecção. Não substitui o «toque humano» da avaliação A globalização, a indústria high-tech e a escassez são os factores na origem do crescimento exponencial da indústria do executive search Christopher Clarke em directo
1. «O verdadeiro valor do executive search está na avaliação pessoal do candidato e na concretização do negócio entre as duas partes, o executivo e a empresa», refere. Todavia, aquele especialista alerta que muitas empresas de heahunting (caça-cabeças) estão tentar executar todo o processo via electrónica, «o que é um erro tremendo».
2. Ter em conta o perfil do profissional a ser recrutado. A primeira razão do erro tem a ver com o tipo de profissionais que são alvo de recrutamento: líderes e gestores de topo. «Um presidente de um conselho de administração não se candidata a um emprego via Internet, assim como também não responde a um anúncio de jornal», observa Christopher Clarke. «Na gestão de topo, as pessoas gostam de ser 'cultivadas', cortejadas e convidadas, encaradas como homens de negócios bem sucedidos. Querem ser procurados e não serem eles a procurar. É desta forma que se caçam os melhores profissionais», reforça.
3. As limitações da Web na avaliação. A segunda razão prende-se com as limitações tecnológicas da avaliação psicológica do candidato. De acordo com Christopher Clarke, embora as novas tecnologias e a Internet tenham encurtado o processo de tratamento e processamento de informação de 30 dias para apenas algumas horas, a verdade é que as ferramentas de assessment online e de avaliação psicológica não substituem o contacto pessoal «cara-a-cara» entre os candidatos e os clientes. «No recrutamento e contratação de um executivo de topo, há que avaliar o grau de compatibilidade entre a personalidade o candidato e a cultura da organização. Isso não se faz via Web. Só a nível do contacto interpessoal é que se consegue avaliar correctamente as competências profissionais do candidato e a veracidade da informação recolhida via Internet», ressalvando aquele responsável que «contratar o líder errado é tão fatal quanto um erro de um cirurgião numa operação».
4. Executive Search dispara no mercado português. No que diz respeito ao mercado de «executive search» a nível global, segundo os dados mencionados por Christopher Clarke, a indústria está a crescer a um ritmo de 16% ao ano. No caso da Boyden, este valor atinge os 40%. Curiosamente, a nível da Europa, o mercado em que este negócio tem registado um maior crescimento para a Boyden é o português, com uma cadência de 100% ao ano, desde 1997.
5. Globalização, high-tech e escassez de talentos. Christopher Clarke indica que são três os factores responsáveis por este «boom» da caça de talentos a nível mundial. Primeiro, a globalização económica obriga as firmas a procurarem por pessoas que sejam capazes de gerir negócios a uma escala internacional. O segundo elemento é o crescimento económico originado pelo desenvolvimento «high-tech», que cada vez mais exige profissionais especializados nesta área.
Finalmente, a escassez de talento. «Temos uma guerra de 'estrelas', dado que a procura por executivos está a aumentar e a população está a envelhecer. Existem cada vez menos pessoas no meio na faixa etária entre os 35 e 45 anos, e isso vai ficar cada vez pior. Isto significa que as pessoas vão saltar de emprego para emprego e isso é muito bom para o executive search, porque cria mais oportunidades de negócio», remata o presidente da Boyden.
A Liderança dos talentos 1. Competências de relações humanas e inteligência emocional - Os dias em que os "duros" cavalgavam impiedosamente sobre as necessidades do seu capital humano acabaram. Os líderes de hoje têm que identificar a sua bolsa de talento e apostar no seu reforço e melhoria.
2. Visão e competências de comunicação - a capacidade de excitar toda a população da empresa com a importância da sua missão e do seu papel nela é essencial. A Internet permite que hoje os líderes possma interagir directamente com cada pessoa na firma.
3. Integridade e ética - aparte da óbvia necessidade de cumprir a lei, as pessoas talentosas desejam trabalhar em organizações que primam pela ética, que cuidam das suas necessidades e da sociedade como um todo. O adventos dos websites como mybosssucks.com e comounicações ilimitadas e incensuráveis significam que não existe esconderijo para a gestão não ética.
4. Experiência global - ao passo que a globalização dos negócios acelera, os líderes têm que experimentar e compreender a diversidade cultural dos clientes e empregados como também os desafios de operar em diferentes ambientes de negócio.
5. Competências de indústria relevantes - as empresas já não se podem dar oa luxo de permitir aos seus líderes que aprendam no trabalho ao passo que o negócio acelera. As necessidades de talentos existentes exigem que o líder compreenda a dinâmica da indústria e as suas realidades económicas e operacionais.
6. Recorde de sucessos - já existem riscos suficientes no negócio mesmo sem por à prova a lidernça não testada. Os investidores de capital de risco, banqueiros e accionistas insistem em que qualquer plano de negócio seja suportado por uma gestão competente e bem sucedida. A Internet providencia um acesso sem precedentes do percurso de qulaquer candiadto. Também já existem esconderijos para a má gestão.
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